Válvula Cardíaca Biológica vs. Stent em Brasília: Entenda as Diferenças no Tratamento do Coração

Embora tanto a válvula biológica do coração quanto o stent sejam dispositivos usados no tratamento de doenças cardíacas, eles têm funções e aplicações completamente diferentes:

Válvula Cardíaca Biológica

• Função: Uma válvula cardíaca biológica tem a função de substituir uma das válvulas naturais do coração (como a aórtica, mitral, pulmonar ou tricúspide) que está doente e não funciona corretamente. As válvulas do coração são estruturas que abrem e fecham para garantir que o sangue flua em uma única direção dentro do coração. Se elas estiverem estreitadas (estenose) ou vazando (insuficiência), o coração precisa de mais esforço para bombear o sangue, o que pode levar a problemas graves.
• Composição: As válvulas biológicas são feitas a partir de tecidos de animais (geralmente porcos ou vacas), que são tratados para serem compatíveis com o corpo humano. Elas tentam imitar o funcionamento de uma válvula cardíaca natural.
• Aplicação: São implantadas através de cirurgia cardíaca aberta (com abertura do tórax) ou, em alguns casos, por meio de procedimentos menos invasivos, como o TAVI (Implante Transcateter de Válvula Aórtica), que utiliza cateteres.
• Durabilidade e Medicação: Têm uma vida útil limitada (geralmente de 10 a 15 anos) e, após esse período, podem precisar ser substituídas. A vantagem é que, na maioria dos casos, os pacientes não precisam tomar anticoagulantes a longo prazo, o que é ideal para pessoas com risco de sangramento ou que não podem usar esses medicamentos.
• Onde atua: Atua diretamente na função de bombeamento do coração, controlando o fluxo sanguíneo entre as câmaras cardíacas ou entre o coração e as grandes artérias.

Stent

• Função: Um stent é um pequeno tubo em forma de malha (geralmente de metal ou material bioabsorvível) que tem a função de manter uma artéria (ou veia) aberta, evitando que ela se feche novamente após um procedimento de desobstrução, como a angioplastia.
• Composição: Geralmente são feitos de metal (como aço inoxidável ou ligas de cobalto-cromo) e podem ser revestidos com medicamentos (stents farmacológicos) que ajudam a prevenir o novo estreitamento da artéria. Existem também os stents bioabsorvíveis, que se dissolvem no corpo com o tempo.
• Aplicação: São implantados através de cateterismo, um procedimento minimamente invasivo onde um cateter é inserido por uma artéria (geralmente na virilha ou no pulso) e guiado até o local da obstrução. Um balão é insuflado para expandir o stent, que então fica permanentemente (ou temporariamente, no caso dos bioabsorvíveis) na artéria para mantê-la aberta.
• Durabilidade e Medicação: Os stents metálicos são projetados para permanecer na artéria indefinidamente. Pacientes com stents, especialmente os farmacológicos, precisam tomar medicamentos antiplaquetários por um período para evitar a formação de coágulos dentro do stent.
• Onde atua: Atua nas paredes dos vasos sanguíneos, principalmente nas artérias coronárias (que irrigam o próprio coração), para restaurar o fluxo sanguíneo quando há obstruções causadas por placas de gordura (aterosclerose).

Em resumo, a válvula biológica substitui uma estrutura fundamental do coração que controla o fluxo sanguíneo, enquanto o stent é um suporte interno para manter os vasos sanguíneos desobstruídos. São soluções para problemas cardíacos distintos, embora ambos visem melhorar a saúde cardiovascular do paciente.